segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Limoneno na prevenção do câncer

O d-limoneno é um composto químico, oleoso, encontrado na casca das frutas cítricas como o limão, a laranja, a tangerina, o grapefruit e a bergamota. Trata-se de um monoterpeno que faz parte de quase 100 estudos científicos realizados em animais e seres humanos, para prevenção e tratamento de câncer. Um composto natural que, quando devidamente usado, é atóxico.O d-limoneno tem mostrado ser ativo contra vários tipos de tumores. Assim, incorporar o d-limoneno na dieta é uma escolha que ajuda a promover e manter o ciclo saudável de vida de células normais. Fazendo isto, segundo estes numerosos estudos, pode-se ajudar a bloquear o câncer em seus três estágios: iniciação, progresso e dependência. Em outras palavras, ele ajuda a prevenir o início do câncer e tratá-lo quando já instalado.Evidências mostram o benefício de suplementar a alimentação com alimentos vivos, como também os ricos em d-limoneno, mais ativamente encontrado na casca do limão. Desta forma, o consumo diário de sucos de frutas, folhas e vegetais contendo de 1 a 2 limões – casca e polpa - associado com um estilo de vida saudável, pode tornar a vida mais longeva, produtiva e com menor risco de gerar câncer e outras doenças advindas da baixa imunidade.Em síntese, o uso do óleo essencial (OE) do limão, ou seja, do óleo extraído da casca do limão, rico em d-limoneno e outros monoterpenos, é um auxílio ao tratamento e prevenção de alguns tipos de câncer, especialmente nas fases iniciais do desenvolvimento da doença. Os tipos de câncer já iniciados em que este tratamento mostrou melhores resultados são os de próstata, de estômago, de fígado, de intestinos, de pâncreas, de mama, de pulmão e nas leucemias.Como o d-limoneno age neste sentido? Segundo estudos do Hospital Universitário de Saint Radbound, Holanda, o d-limoneno age aumentando a atividade de uma enzima desintoxicante (a Glutationa S-Transferase - GST), que tem como função desativar agentes desencadeadores do câncer. Assim, aumentando os níveis de atividade desta enzima, maior a capacidade do corpo em desintoxicar-se, portanto de prevenir e tratar o câncer.O d-limoneno também age induzindo a morte natural das células cancerosas e/ou inibindo o seu crescimento celular. Estudos da Universidade de Purdue, EUA, com ratos, demonstraram que a quimioterapia com o uso de monoterpenos como o d-limoneno resulta numa rediferenciação dos tumores malignos em um fenótipo mais benigno. Monoterpenos são agentes antitumor efetivos, não tóxicos para ingestão e que agem através de uma série de mecanismos, portanto, fazendo parte de um amplo número de remédios naturais para o tratamento do câncer.Estudos do Departamento de Oncologia da Universidade de Wisconsin-Madison, EUA, demonstraram que o d-limoneno apresentou uma ação preventiva na indução do câncer mamário, tanto nos estágios de formação quanto nos de progressão da doença. Eles observaram que este monoterpeno, quando ingerido, também causou a regressão da maioria dos cânceres mamários em ratos, e que agiu especialmente na rediferenciação dos tumores de malignos para benignos.Em pesquisas do Centro Médico de Osaka, no Japão, observou-se que o d-limoneno age inibindo a proliferação de células cancerosas no pâncreas, mostrando um potencial no tratamento deste tipo de doença.A Universidade Médica de Dalian, na China, mostrou que o uso do d-limoneno no tratamento do câncer gástrico (BGC-823) apresenta resultados positivos, devido à indução de morte destas células. Desta forma, como os óleos essenciais cítricos (extraídos da casca), são a maior fonte natural de d-limoneno, eles podem ser utilizados como favoráveis recursos no tratamento de vários tipos de câncer. A dosagem preventiva de d-limoneno é o consumo diário de 2 limões (polpa e casca), que podem estar diluídos com outras frutas, folhas e raízes, como no preparo dos sucos desintoxicantes.
Fonte:

Óleos Essenciais são arma contra ansiedade


Pesquisadores comprovaram ação sedativa e relaxante das substâncias O poder tranqüilizante dos óleos essenciais de laranja e de lavanda já é reconhecido e amplamente difundido pela aromaterapia. A prática se baseia na inalação ou na massagem com óleos vegetais para desfrutar os benefícios que as plantas podem trazer.Desde que a utilização dessas duas substâncias se tornou popular entre os brasileiros, o hábito vem despertando o interesse da ciência, inclusive de pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Um grupo coordenado pela bióloga Rita Mattei Persoli testou em laboratório o poder desses óleos essenciais e conseguiu comprovar a ação sedativa e relaxante de ambos.Isso significa que quem sofre com os sintomas da ansiedade, como sentimento de apreensão, palpitações e transpiração, ganha um aliado no combate a essa sensação, muitas vezes incontrolável. Remédios para tratar o mal já existem, mas, segundo a bióloga, eles produzem diversos efeitos colaterais, como boca seca, alteração de memória e diminuição da função psicomotora. "Assim, torna-se necessário estudar novas drogas que tenham ação tranqüilizante e menos efeitos colaterais", diz Rita.De acordo com ela, já não há mais dúvidas quanto à existência de uma relação direta entre a emoção e o olfato. "Em nossos estudos, a resposta emocional foi observada imediatamente após a exposição ao aroma", diz. A pesquisa foi realizada em animais, "mas já há dados de efeitos positivos também no ser humano", diz a bióloga, que deve continuar o estudo em uma próxima fase, dessa vez em seres humanos.O resultado da pesquisa é um bom começo para que, no futuro, o tratamento da ansiedade tenha menos efeitos colaterais, segundo o psiquiatra Mateus José Abdalla Diniz, supervisor de alunos do Programa de Doenças Afetivas e Ansiedade, da Unifesp. Mas o médico reconhece que há um longo caminho a ser percorrido."Para um medicamento começar a ser usado, ele passa por uma série de testes muito rígidos. Por isso, ainda vai levar muito tempo até que surja um remédio ou um tratamento à base desses óleos essenciais que tenha a sua eficácia comprovada." Segundo o psiquiatra, quem toma remédio ansiolítico não deve suspender o seu uso ou substituí-lo sem a orientação do médico.Mas, para quem já usa ou pretende introduzir o uso desses óleos essências no dia-a-dia, o importante é não recorrer às essencias sintéticas criadas em laboratório, orienta a psicóloga e aromaterapeuta Sâmia Maluf. "Os óleos essenciais foram citados no Antigo Testamento e já eram usados para fins medicinais. A essência apenas trabalha a memória olfativa, ou seja, a pessoa pode até se lembrar de uma situação agradável ao inalar o produto artificial, mas não terá o efeito do produto extraído da natureza.
"Tire proveito dos óleos essenciais"
Laranja: calmante, sedativo, anti-séptico e antibiótico
Lavanda: anti-séptico, relaxante muscular, adstringente, calmante, cicatrizante
Fonte:

Vanilina

Sem dúvida nenhuma, uma grande parte das pessoas conhece a baunilha e gosta de seu aroma e sabor, mas o que nem todos têm conhecimento é que a essência natural da baunilha é extraída de uma orquídea. Até mesmo uma grande parte das pessoas que têm o hábito de preparar chocolates, sorvetes e sobremesas usando a baunilha para dar o sabor e perfume característicos não têm conhecimento deste fato.
A Vanilla planifolia é a principal fonte natural de baunilha. A essência da baunilha é extraída dos frutos de algumas espécies de Vanilla (não de todas), fazendo dela a única orquídea que tem interesse comercial fora do contexto ornamental
A Vanilina encontra-se na Natureza nas vagens da planta da baunilha. É também muitas vezes um produto secundário da indústria do papel por oxidação da lignina. No entanto, a vanilina pode ser sintetizada por substituição electrofílica aromática (1) seguida de metoxilação organometálica (2) com brometo de cobre e metóxido de sódio, a partir do 4-hidroxibenzaldeído.

Efeitos no Homem:
Provoca euforia, combate a impotência sexual actuando no sistema nervoso central (deve ser mascada ou preparada em bebidas afrodisíacas).
Quem trabalha com vanilina sofre, em muitos casos, de irritação na pele e na membrana da mucosa nasal devido ao contacto com a substância e à inalação dos vapores. A esta doença dá-se o nome de Vanilismo

Fonte:
http://www.dq.fct.unl.pt/cadeiras/qpn1/proj/vanilina/

Compostos do metabolismo secundário


São substâncias que geralmente não estão envolvidas em funções vitais das plantas, geralmente não fazem parte do metabolismo básico e possuem características químicas muito variadas e às vezes bem complexa. Ao contrário das substâncias do metabolismo primário, que fazem parte da atividade celular de praticamente todos os seres vivos, desde os organismos unicelulares até o homem, as substâncias do metabolismo secundário são encontradas apenas em grupos restritos - famílias ou gêneros – de plantas. Existem alguns metabólitos secundários que são encontrados apenas em uma única espécie de planta! Os produtos do metabolismo secundário constituem o que os químicos chamam de “produtos naturais”. Podem ser produzidos por plantas, microrganismos, insetos e outros animais e muitos deles são extraídos e usados como remédios, corantes, perfumes, inseticidas... Ou constituem um modelo que o homem utiliza para sintetizar em laboratório substâncias com as mais diversas propriedades.
Durante muito tempo, acreditou-se que os metabólitos secundários fossem produzidos sem uma função específica, simplesmente como produtos finais das reações. Chegaram a ser considerados até como anomalias. Essa visão mudou radicalmente e a cada dia descobre-se um pouco mais sobre a função dessas substâncias, sua utilidade para o desenvolvimento fisiológico das plantas e seu papel como mediadores das interações entre as plantas e outros organismos.


Fonte: http://www.geocities.com/~esabio/interacao/metabolitos.htm

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Óleos Essenciais nas aulas de Química...

Encontrei em um artigo na revista Química Nova na Escola (nº 11/ maio 2000) um experimento que pode ser trabalhado no Ensino médio: A extração de óleos essenciais de algumas plantas. Achei interessante, por isso resolvi postar aqui também o link, para quem tiver interesse de trabalhar com este tema na escola...


Este experimento propõe a extração de óleos essenciais de plantas encontradas no Brasil, utilizando a destilação por arraste a vapor, a partir da utilização de materiais alternativos, de modo a levar o aluno de ensino médio a relacionar uma técnica usual com os conhecimentos vistos em sala de aula.
O sistema de destilação por arraste a vapor utilizado é montado com materiais alternativos, o que possibilita a sua confecção a um baixo custo.
Como resultados, são obtidos normalmente óleos emulsionados que se caracterizam por serem líquidos de cor levemente amarela a incolor e de odor correspondente ao do principal constituinte do óleo essencial. Caso o principal constituinte da essência possua insaturações (ex.: eugenol), sua presença pode ser confirmada através do descoramento de uma solução aquosa diluída de permanganato de potássio gotejada sobre o extrato.
É aconselhável que o aluno compare as essências obtidas no experimento com essências comerciais, bem como seja estimulado a associação destes aromas com os presentes em seu cotidiano. Esta experiência propicia ao aluno de ensino médio conhecer uma técnica de destilação e avaliar o seu emprego, verificar a importância dos aromas no seu dia-a-dia, bem como vivenciar as etapas iniciais da produção de um perfume ou aromatizantes.

LINK DO TRABALHO: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a10.pdf

Óleos Essenciais e Química Fina

Os óleos Essenciais podem ser utilizados como matéria-prima para a síntese de compostos de alto valor comercial. A seguir, apresento alguns óleos que foram estudados como material de partida para a Química Fina.









Óleo Essencial de Capim-Limão

É constituído principalmente de Citral (mistura de geranial e neral) tendo como constituinte minoritário o mirceno. O teor de Citral no óleo pode variar entre 60 e 80%.
A condensação do Citral com cetonas é bastante conhecida e estes derivados são comercializados como produtos finos ou como substâncias de partida para outras sínteses. Como exemplo, a Alfa-metil ionona e isometil ionona são utilizadas nas indústrias alimentícias (sorvetes, gelatinas, doces) e a Pseudo ionona utilizada como fragrância.



A condensação simples do citral com álcoois e glicóis produz os cetais, empregados nas indústrias de aromas e alimentos.
É importante ressaltar que estes produtos são obtidos por conversões simples do ponto de vista químico.
Estas opçõespodem tornar atraente o cultivo de Capim-Limão em regiões economicamente pobres, usando-se a tecnologia química para transformações em produtos mais rentáveis.

O Óleo Essencial de cravo

O óleo essencial do botão de cravo é pouco produzido, embora sua procura seja grande. O botão contém 17% de óleo essencial e o talo que o acompanha contém de 4 a 6%. O óleo pode conter até 90% de eugenol, tendo como segundo maior constituinte o cariofileno.
Apesar dos ésteres e éteres do Eugenol terem utilização comercial, a Vanilina, sem dúvida é o principal produto oriundo daquele fenol. A Vanilina é uma substância de grande interesse industrial. Além de ser diretamente utilizada como aromatizante em vários tipos de preparações alimentícias e farmacêuticas está sendo cada vez mais utilizada como matéria-prima na síntese de princípios ativos de medicamentos.
A vanilina é principalmente obtida como subproduto da indústria de papel, sendo também produzida a partir guaiacol e da lignina. A produção a partir do eugenol tende a aumentar devido a atual regulamentação rígida dos produtos para o consumo humano exigir produtos naturais.




FONTE: CRAVEIRO, A. A. ; QUEIROZ, D. C. Óleos essenciais e química fina. Revista Química Nova, 16(3) 1993.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um pouco sobre os Terpenos e Curiosidades...

...No drops Halls encontra-se um terpeno da família dos aldeídos, o citronelal, obtido do óleo do eucalipto.



Os compostos produzidos pelas plantas e por outros organismos vivos são classificados em razão da rota metabólica por meio da qual eles são formados. Os terpenos constituem uma dessas classes de compostos, em que a maioria de seus representantes apresenta uma ou mais ligações duplas. Os terpenos podem também possuir funções oxigenadas, como alcoóis, éteres, aldeídos, cetonas, etc.



Um dos mais importantes terpenos é o beta-caroteno, de cor laranja-avermelhada, presente em quase todas as plantas, sendo a cenoura seu exemplo mas comum. A cadeia do beta-caroteno, constituída de 40 carbonos, é transformada, em nosso organismo, em moléculas de outro terpeno: a vitamina A, essencial para a visão. A carência de vitamina A no organismo é responsável pela cegueira noturna. A cor da vitamina A.


A couve-flor da foto é realmente laranja, devido a uma mutação que aumentou o seu teor de beta-caroteno em cem vezes. Essa espécie mutante apareceu espontaneamente pela primeira vez há trinta anos, no Canadá, mas somente agora se tornou objeto de estudo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos está investigando por que a mudança de um único gene aumentou a produção desse pigmento que o nosso organismo transforma na vitamina A. A finalidade desses estudos não é produzir uma couve-flor alaranjada, e sim enriquecer em beta-caroteno outros alimentos.Atualmente, um ramo da medicina, denominando Medicina antioxidante, recomendada a ingestão de certas quantidades diárias de beta-caroteno, com a finalidade de evitar a ação de espécies químicas denominadas radicais livres, as quais seriam responsáveis pelo processo de envelhecimento e por grande número de doenças, como o câncer.



No vinho?!!


Vários estudos sugerem que boa parte da expressão sensorial do bouquet do vinho se deve à presença de compostos terpenóides. Além disso, a relação entre as quantidades de cada terpeno em um vinho pode servir como pista para se descobrir a variedade da uva utilizada. Hoje, conhecem-se cerca de 50 monoterpenos que, comumente, aparecem nos vinhos. Os mais abundantes (principalmente para vinhos feitos com uvas Muscat) são o linalol, geraniol, nerol alfa-terpineol e citronelol. Os terpenos pertencem ao constituintes secundários das plantas, e sua bio-síntese começa com a acetil-coenzima A (CoA). Estes compostos não sofrem alterações durante as fermentações no vinho: portanto eles são, de fato, uma assinatura de sabor ao vinho que vem da variedade de uva escolhida.

Na uva, os terpenos estão principalmente nas cascas e, na maioria das vezes, ligados covalentemente a açúcares - como o caso do nerol. Muitos terpenos, mesmo após findo todos os processos da fabricação do vinho, permanecem, ainda, ligados a estes açúcares. Nesta forma, os terpenos são inodoros e insípidos. Atualmente, vários pesquisadores do mundo inteiro estão estudando as etapas das hidrólises destes glucosídeos para passarem a controlar a liberação destes terpenos, no vinho, ao seu bel prazer.


http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/vinho/enologia3.html


*Sobre as Essências...


Tipicamente, os seguintes procedimentos são usados para “falsificar” óleos essenciais:- adição de compostos sintéticos, de baixo preço, tais como álcool benzílico ou octílico (de cereais), ésteres do ácido ftálico, propilenoglicol e até hidrocarbonetos clorados;- mistura do óleo volátil de qualidade com outros óleos de menor valor para aumentar o rendimento;- adição das substâncias sintéticas que são os compostos principais do óleo em questão;- falsificação completa do óleo através de misturas de substâncias sintéticas dissolvidas num veículo inerte.
Observação: essências (comerciais) geralmente não são óleos essenciais “puros”; na verdade há uma mistura de compostos (como os descritos acima) com os óleos essenciais.


**As Cores nos óleos


Os óleos essenciais não possuem cores extravagantes como roxo, lilás, etc. Somente o óleo de camomila e poucos outros apresentarão a coloração azulada, pois em sua composição, encontra-se o camazuleno, o que lhe confere o tom azulado. Por outro lado a tangerina, laranja e orégano terão a cor alaranjada, o pachouli, a casca de canela e o vetiver a cor marrom e o cedro de Himalaia e a bergamota a cor esverdeada. Nos outros casos, jamais se encontrará óleos com cores que vão além do transparente e do amarelo claro. Normalmente produtos coloridos o são pela adição de anilinas.

Os métodos de extração



Vários métodos de extração de óleos essenciais são encontrados em alguns sites da Internet. Conforme o método empregado para extração de um óleo essencial, suas características químicas poderão ser totalmente alteradas. O calor e a pressão usados no ato da extração podem, por exemplo, interferir na qualidade final do óleo essencial, pois no momento da extração as sensíveis moléculas de um precioso princípio ativo podem ser quebradas e oxidadas em produtos de menor eficácia, ou às vezes até tóxico. Aqui apresento métodos encontrados e como são utilizados:


Destilação a vapor
A destilação a vapor é o mais comum método de extração de óleos essenciais. Normalmente é empregado para obter-se óleos essenciais de folhas e ervas, mas nem sempre é indicado para extrair-se o óleo essencial de sementes, raízes, madeiras e algumas flores. Por exemplo, flores como o Jasmim, podem devido à alta pressão e calor empregado no processo, sofrer destruição de suas frágeis moléculas aromáticas vindo a perder todo o seu perfume e princípios ativos. A destilação a vapor é feita em um alambique onde partes frescas da planta e algumas vezes secas são colocadas. Saindo de uma caldeira, o vapor circula através das partes da planta forçando a quebra das frágeis bolsas intercelulares que se abrem e liberam o óleo essencial. À medida que este processo acontece, as sensíveis moléculas de óleos essenciais evaporam junto com o vapor da água viajando através de um tubo no alto do destilador, onde logo em seguida passam por um processo de resfriamento através do uso de uma serpentina e se condensam junto com a água. Forma-se então, na parte superior desta mesma água obtida, uma camada de óleo essencial que é separado através de decantação. A água que sobra de todo este processo após retirado o óleo, é chamada de água floral, destilado, hidrosol ou de hidrolato.

Arraste por Vapor d’água

A destilação a vapor é o mais comum método de extração de óleos essenciais. Esta é feita em um alambique, onde partes da planta frescas ou secas são colocadas. O vapor, saindo de uma caldeira, circula por onde a planta se encontra, forçando a quebra das bolsas intercelulares, fazendo liberar os óleos essenciais presentes na planta. Os óleos voláteis apresentam tensão de vapor mais elevadas que a da água, sendo, por isso, arrastadas pelo vapor d'água, saindo no alto do destilador, e a seguir passa por um resfriamento, através do uso de uma serpentina que está em contato com um líquido (água) a temperatura mais baixa. Então a água e óleo são condensados. Nesse produto de saída pode se ver a diferença de duas fases, óleo na parte superior e na inferior a água; elas são separadas por um processo de decantação.
A água que sobra deste processo recebe o nome de água floral, destilado, hidrosol ou hidrolato. Ela contém muitas propriedades terapêuticas extraídas da planta, sendo útil para preparados para a pele e também para uso oral.
Em pequena escala de laboratório, emprega-se o aparelho de Clevenger. O óleo volátil obtido, após separar-se da água, deve ser seco com Na2SO4 anidro.

Extração com Solvente
Um outro método de extração usado para se conseguir o óleo essencial de delicadas plantas é a extração por solvente. Neste processo um solvente químico como o hexano é usado para extrair os compostos aromáticos da planta. Isto fornece um produto chamado de concreto. O concreto pode ser dissolvido em álcool de cereais para remover o solvente. Quando o álcool evapora, o absoluto aparece. No processo de extração do concreto obtém-se não somente o óleo essencial, mas também ceras, parafinas, gorduras e pigmentos. Nesta caso o concreto acaba tendo uma constituição pastosa (o concreto do Jasmim real possui em torno de 55% de óleo essencial). Já o absoluto, além de fazer uma limpeza dos solventes anteriormente empregados, também purifica a mistura das ceras, parafinas e substâncias gordurosas presentes, o que leva o produto final a ter uma consistência mais líquida. O teor de solvente no produto final pode variar de menos de 1% até 6%. Em teores tão baixos quanto 1% consideramos o produto apto ao uso terapêutico, isso quando indicado neste sentido, e no caso daqueles obtidos somente pelo uso do álcool, é aceitável seu emprego com esta finalidade mesmo em teores superiores a 1%, como acontece com algumas resinas como a mirra e benjoim (é meio que comparar com o uso de tinturas de plantas, mas com teor quase imperceptível de álcool). A extração por solvente também pode alterar em muito a composição química do produto final, um exemplo é o do Óleo de Cravo da Índia (Eugenia caryophyllata). No óleo extraído por destilação a vapor, obtém-se um óleo essencial com 70-90% de eugenol, sendo que 5-12% são de β-cariofileno, um composto que não é encontrado no produto obtido por extração com solvente.

CO2 supercrítico

As partes das plantas a serem extraídas são colocadas em um tanque onde é injetado dióxido de carbono supercrítico, isto ocorre a extrema pressão de 200 atmosferas e temperaturas superiores de 31°C. Nessa pressão e temperatura o CO2 atinge o que seria um quarto estado físico, no qual a sua viscosidade é semelhante a de um gás, mas a sua capacidade de solubilidade é elevada como se fosse um líquido.
Uma vez efetuada a extração faz-se com que a pressão diminua e o gás carbônico volta ao estado gasoso, não deixando qualquer resíduo de solvente. A grande solubilidade e a eficiência na separação tornam o CO2 supercrítico mais indicado para ser utilizado na indústria do que solventes orgânicos.
Por CO2 supercrítico podem ser retirados os terpenos presentes nos óleos essenciais, tornando assim um óleo essencial mais puro.

Prensagem a frio
Um outro método de extração de óleos essenciais é por prensagem a frio (pressão hidráulica) ou escarificação. Ele é usado para obter óleo essencial de frutos cítricos como bergamota, laranja, limão e grapefruit. Neste processo, as frutas são prensadas e delas extraído tanto o óleo essencial quanto o suco. Após a prensagem é feita a centrifugação da mistura, através da qual separa-se o óleo essencial puro. Existe também, extração de óleos de cítricos por destilação a vapor, o que é feito para eliminar as furanocumarias que mancham a pele. Porém é considerado o óleo retirado por prensagem a frio de qualidade superior num sentido terapêutico. Não somente é feito extração de óleos essenciais de cítricos por este método, mas de maneira semelhante o óleo extra-virgem de amêndoas, castanhas, nozes, germe de trigo, oliva, semente de uva e também de algumas sementes das quais se extrai normalmente o óleo essencial por destilação, como é o caso do cominho negro.

Turbodestilação e Hidrodifusão

Vários métodos de extração modernizados têm-se tornado alternativas para a destilação a vapor. A turbodestilação é adequada para partes de difícil extração de óleo essencial da planta, como é o caso de cascas, raízes e sementes. Neste processo as plantas são emergidas na água e o vapor é posto a circular então em meio a esta mistura de planta e água. Através deste processo, a mesma água é continuamente reciclada através do material da planta. Este método torna mais rápida a extração de óleos essenciais de difícil e lenta obtenção. Na hidrodifusão, o vapor sob pressão atmosférica normal é dispersado do topo da câmara diretamente sobre o material da planta. Desta forma o vapor pode saturar o material mais igualmente e em menor tempo do que na destilação a vapor. Este método é também menos severo do que a destilação a vapor, resultando em óleos essenciais que cheiram de forma muito mais semelhante à planta original e melhores.

Enfleurage
Algumas flores como o Jasmim ou Tuberosa têm baixo teor de óleos essenciais e são extremamente delicadas não podendo ser destiladas a vapor pois podem sofrer perdas quase completas de seus compostos aromáticos. Em alguns casos um processo lento e caro chamado enfleurage é utilizado para obter-se o óleo essencial destas flores. As pétalas, então, são colocadas em gordura vegetal ou animal sem cheiro que absorve os óleos essenciais. Todos os dias ou de determinadas a determinadas horas, depois que a gordura absorveu todo o óleo essencial possível, as pétalas são removidas e substituídas por outras frescas, recém-colhidas. Este procedimento continua até que a gordura venha a ficar saturada com o óleo essencial. Adicionando álcool à mistura é possível separar o óleo essencial da gordura, pois o óleo essencial é mais solúvel no álcool. Aí então teremos o absoluto. Este é um processo difícil e demorado. Normalmente o enfleurage puro, somente é empregado em fazendas de interior na Europa.

Fitóis ou Florasóis
Este método de extração utiliza um novo tipo de solvente gasoso que não é tóxico e não deixa resíduos. Nos fins da década de 80, o Dr. Peter Wilde pela primeira vez analisou as propriedades específicas deste solvente, o "florasol"(R134a), para a extração de óleos aromáticos e compostos ativos de materiais de plantas, tanto para uso dentro da alimentação, farmácia, aromaterapia e indústria de perfumes. A extração ocorre sob temperatura ambiente e, devido a isso, não há degradação química dos produtos. O óleo essencial obtido por este processo é limpo, claro e completamente livre de gorduras e ceras. O Dr. Wilde patenteou sua descoberta como "fitol", ou "fitônicos".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Alguns exemplos de óleos essenciais e a função química correspondente:


Álcoois: linalol, geraniol, citronelol, terpinol, mentol, borneol;
Aldeídos: citral, citronelal, benzaldeído, aldeído cinâmico, aldeído cumínico e vanilina;
Ácidos: benzóico, cinâmico e mirístico;
Fenóis: eugenol, timol, carvacrol;
Cetonas: carvona, mentona, pulegona, irona, cânfora;
Ésteres: cineol, éter interno (eucaliptol ), anetol, safrol;
Lactonas: cumarina;
Terpenos: pinemo, limoneno, felandreno, cedreno;
Hidrocarbonetos: cimeno, estireno (fenileteno);


* certos compostos têm mais de uma função, o que justifica poderem ser conhecidos tanto por uma, como por outra

E relembrando as funções orgânicas...

Hidrocarbonetos- são compostos formados somente por Carbono e Hidrogênio

Álcoois- são compostos que possuem OH (hidroxila) ligada a um carbono saturado da cadeia carbônica
Aldeídos- são compostos que possuem o grupo carbonila (C=O) no final da cadeia carbônica
Ácidos-
possuem um grupo Carboxila (COOH) no final da cadeia carbônica
Fenóis - são compostos que possuem grupo hidroxila ligado a um anel aromático
Cetonas- possuem o grupo carbonila ligado à carbono secundário ou terciário
Ésteres - são derivados dos ácidos carboxílicos, onde o H da carboxila é substituído por um grupo alquila (COOR)


SANTOS, W.L.P.; MÓL, G.S. Química e Sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2006.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que são Óleos Essenciais?


Óleos essenciais são substâncias extraídas de plantas constituindo matérias-primas de grande importância para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia. Essas substâncias orgânicas, puras e extremamente potentes são consideradas a alma da planta e são os principais componentes bioquímicos de ação terapêutica das plantas medicinais e aromáticas.

A Química e os óleos essenciais

Presentes em várias partes das plantas são compostos formados por várias funções orgânicas - como álcoois, fenóis, ésteres, aldeídos e hidrocarbonetos - havendo sempre a prevalência de uma ou duas delas, que assim irão caracterizar os aromas. São obtidos pelos processos de destilação a vapor, extração por solvente ou por pressão. Ainda, nem todos os óleos essenciais possuem aroma agradável ao olfato, apesar das suas propriedades terapêuticas.