quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um pouco sobre os Terpenos e Curiosidades...

...No drops Halls encontra-se um terpeno da família dos aldeídos, o citronelal, obtido do óleo do eucalipto.



Os compostos produzidos pelas plantas e por outros organismos vivos são classificados em razão da rota metabólica por meio da qual eles são formados. Os terpenos constituem uma dessas classes de compostos, em que a maioria de seus representantes apresenta uma ou mais ligações duplas. Os terpenos podem também possuir funções oxigenadas, como alcoóis, éteres, aldeídos, cetonas, etc.



Um dos mais importantes terpenos é o beta-caroteno, de cor laranja-avermelhada, presente em quase todas as plantas, sendo a cenoura seu exemplo mas comum. A cadeia do beta-caroteno, constituída de 40 carbonos, é transformada, em nosso organismo, em moléculas de outro terpeno: a vitamina A, essencial para a visão. A carência de vitamina A no organismo é responsável pela cegueira noturna. A cor da vitamina A.


A couve-flor da foto é realmente laranja, devido a uma mutação que aumentou o seu teor de beta-caroteno em cem vezes. Essa espécie mutante apareceu espontaneamente pela primeira vez há trinta anos, no Canadá, mas somente agora se tornou objeto de estudo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos está investigando por que a mudança de um único gene aumentou a produção desse pigmento que o nosso organismo transforma na vitamina A. A finalidade desses estudos não é produzir uma couve-flor alaranjada, e sim enriquecer em beta-caroteno outros alimentos.Atualmente, um ramo da medicina, denominando Medicina antioxidante, recomendada a ingestão de certas quantidades diárias de beta-caroteno, com a finalidade de evitar a ação de espécies químicas denominadas radicais livres, as quais seriam responsáveis pelo processo de envelhecimento e por grande número de doenças, como o câncer.



No vinho?!!


Vários estudos sugerem que boa parte da expressão sensorial do bouquet do vinho se deve à presença de compostos terpenóides. Além disso, a relação entre as quantidades de cada terpeno em um vinho pode servir como pista para se descobrir a variedade da uva utilizada. Hoje, conhecem-se cerca de 50 monoterpenos que, comumente, aparecem nos vinhos. Os mais abundantes (principalmente para vinhos feitos com uvas Muscat) são o linalol, geraniol, nerol alfa-terpineol e citronelol. Os terpenos pertencem ao constituintes secundários das plantas, e sua bio-síntese começa com a acetil-coenzima A (CoA). Estes compostos não sofrem alterações durante as fermentações no vinho: portanto eles são, de fato, uma assinatura de sabor ao vinho que vem da variedade de uva escolhida.

Na uva, os terpenos estão principalmente nas cascas e, na maioria das vezes, ligados covalentemente a açúcares - como o caso do nerol. Muitos terpenos, mesmo após findo todos os processos da fabricação do vinho, permanecem, ainda, ligados a estes açúcares. Nesta forma, os terpenos são inodoros e insípidos. Atualmente, vários pesquisadores do mundo inteiro estão estudando as etapas das hidrólises destes glucosídeos para passarem a controlar a liberação destes terpenos, no vinho, ao seu bel prazer.


http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/vinho/enologia3.html


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